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[Fanfic] Il mondo che vorrei - Capítulo 1

Postado por Sabrina em 25/07/2014 | Às 22:16

CAPÍTULO 1 - A VIAGEM

Para começo de conversa, eu não quero viajar. Eu preferia nem ter acordado hoje. Meus pais estão completando 30 anos de casados e como eles não são pessoas normais, decidiram fazer uma viagem maluca para o meio do mato. E para a viagem ficar ainda melhor, os dois me obrigaram a ir com ele. Não quiseram me deixar sozinha, só por causa da minha -quase- depressão.

Acho que são duas horas da tarde, estamos no aeroporto de São Paulo rumo a Manaus, onde passaremos um mês visitando algumas tribos e pesquisando animais que eu nem sei o nome. Tudo que eu mais queria era voltar para casa e ir ao show da minha banda favorita, Sonohra, que vai acontecer em uma semana. Mas eu não estarei aqui para ver isso acontecer.

O nosso voo está atrasado em três horas, por causa de uma forte chuva. Acho que o destino está me dando uma ajuda. Estou sentada ao lado da minha mãe, que está conversando com meu pai sobre suas expectativas sobre a viagem, os estudos que serão relevantes a sua pesquisa e bla bla bla. Enquanto isso, estou ouvindo as músicas do Sonohra, com certa angústia, e fazendo diversas anotações sobre o que estou observando  no saguão.

Eu tenho uma mania desde criança: adoro observar as pessoas, seus costumes, manias. Fico rabiscando esse tipo de coisas em meus cadernos, diários ou qualquer pedaço de papel. É assim que nascem as minhas músicas, poemas. Para todo lado que olho, vejo as pessoas tentando arrumar alguma distração: algumas conversam, muitas estão comendo e outras mexem em seus celulares. Eu nem posso e nem quero usar o meu. Ver os comentários sobre mim nas redes sociais, me deixa muito irritada. Não sei por quanto tempo fiquei perdida em meus pensamentos, mas levei um susto quando ouvi alguém me chamando:

- Letícia, você quer comer alguma coisa? – pergunta a minha a mãe.

- Não estou com fome. – respondo friamente.

- Você que sabe. – Minha mãe volta-se rapidamente ao meu pai - Vamos Marcos, preciso comer alguma coisa antes que eu desmaie.

- Ok, Adriana. – Meu pai responde já se preparando para gastar mais do que deve.

Eu sou tão parecida com a mãe, fisicamente é claro. Temos os cabelos ondulados, castanho escuro, pele levemente bronzeada, olhos castanho, estatura mediana. E isso é só! Do meu pai, acho que herdei o formato dos pés. E eles sempre dizem que não sabem de quem puxei o temperamento, me classificam como perdidamente perdida por tempo indeterminado.

Acho que esta denominação deve-se por eu ter terminado a faculdade há um ano e até hoje não arrumei um emprego. Meu desejo sempre foi ser cantora, compor e viver da minha arte. Mas meus pais insistiram que eu devia me formar em alguma coisa e escolhi algo que me desse prazer de estudar: Literatura. Formei-me em Letras – Português/Italiano, porque meus avós maternos são italianos e eles me forçaram a aprender o idioma deles desde pequenininha.

Meus pais não entendem que eu quero ter um estilo de vida diferente da deles. Eu quero ser uma cantora famosa, reconhecida pelas minhas músicas, pelo som da minha guitarra, como meus ídolos Luca e Diego Fainello; e não ser conhecida porque sou pesquisadora de alguma coisa que pouquíssimas pessoas se interessam.  E hoje aos 25 anos, eu não me vejo como professora... Desde os meus 18 anos, sempre me virei fazendo shows com a minha banda e até ganhava uma graninha legal. Eu me vejo e sempre me vi como artista.

Mas as coisas mudaram desde que terminei com meu último namorado. Roberto. Por que ele tinha que me trair justamente com a minha pior e mais antiga inimiga? Eu falei para ele não chegar nem perto da Maria Clara. Porém, o nojento chegou tão perto que até a engravidou. Além de meu ex-namorado, ele também era o empresário da minha banda. Eu não conseguia cantar quando o via e como eu só compunha músicas de ódio e raiva, ele me dispensou.

Graças ao Roberto, que me encontro aqui sentada nesse banco de aeroporto, sem emprego, sem banda e sem inspiração para compor. Esperando a viagem mais maravilhosa de todos os tempos, a viagem dos sonhos dos meus pais. Enquanto eu serei a mala da viagem. A filha que não sabe que rumo tomar na sua vida e precisa descobrir isso durante a viagem.
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